Só pra terminar a "série" fotos do dirigível Goodyear:
Parque do Ibirapuera
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Novas Culturais de Poa
Por conta de um curso que ando fazendo em São Paulo, estou longe de Porto Alegre há...mais de um mês. Isso não é comum e também não é bom. Já estou morrendo de saudades das árvores da minha rua no bairro São João e seus prédios baixos, de onde se vê o céu azul.
Mas mesmo há aproximadamente mil quilômetros de distância eu fico com a antena ligadíssima pra saber o que acontece por lá – seja pelas notícias de meu marido, que lá trabalha, seja por meu professor de literatura, Marcelino Freire, que foi mostrar o seu trabalho nesta edição da Feira do Livro. Quando ele me disse que ia fiquei com inveja (saudável), porque não costumo perder a feira por nada nesse mundo. Adoro a atmosfera da Praça com os gaúchos pra lá e pra cá pesquisando promoções nas banquinhas. Sempre paro pra tomar um chopinho no Bistrot do Margs, um lugar super agradável, depois de comprar alguns livros (não resisto).
E Porto Alegre tá super cultural! Fiquei sabendo que tá rolando inscrições para a 16a edição do Festival de Teatro, que vai até 31 de março de 2009 (ver abaixo). Grupos de todo o país podem encaminhar os seus projetos, com fotos, release e um DVD com o espetáculo na íntegra para o festival, que acontece entre os dias 8 e 21 de setembro do ano que vem.
Além disso, teve o show do R.E.M. (uma das bandas que mais gosto), antes mesmo de chegar à São Paulo. Eles lotaram o Esporte Clube São José, com cerca de 14 mil espectadores!
Pra finalizar, o dramaturgo e artista Bob Wilson (autor de vídeos-retratos de artistas como Winona Rider e Brad Pitt) dará as caras na capital gaúcha em uma conferência no Fronteiras do Pensamento Braskem. (pra quem está em São Paulo, rola a mostra Voom Portraits). Ou seja, de falta do que fazer é que os gaúchos não podem que se queixar!
Serviço:
Para mandar material para o Porto Alegre em Cena:
Travessa Paraíso, 71, Porto Alegre, RS – cep – 90850-190.
Mais informações: http://www.poaemcena.com.br/
Conferência Bob Wilson
Quando: 24/11 às 19h30
Onde: Salão de Atos da UFRGS
Inscrição: R$ 100,00 - pelo telefone (51) 3019-2326 – ou e-mail: relacionamento@fronteirasdopensamento.com.br
Mas mesmo há aproximadamente mil quilômetros de distância eu fico com a antena ligadíssima pra saber o que acontece por lá – seja pelas notícias de meu marido, que lá trabalha, seja por meu professor de literatura, Marcelino Freire, que foi mostrar o seu trabalho nesta edição da Feira do Livro. Quando ele me disse que ia fiquei com inveja (saudável), porque não costumo perder a feira por nada nesse mundo. Adoro a atmosfera da Praça com os gaúchos pra lá e pra cá pesquisando promoções nas banquinhas. Sempre paro pra tomar um chopinho no Bistrot do Margs, um lugar super agradável, depois de comprar alguns livros (não resisto).
E Porto Alegre tá super cultural! Fiquei sabendo que tá rolando inscrições para a 16a edição do Festival de Teatro, que vai até 31 de março de 2009 (ver abaixo). Grupos de todo o país podem encaminhar os seus projetos, com fotos, release e um DVD com o espetáculo na íntegra para o festival, que acontece entre os dias 8 e 21 de setembro do ano que vem.
Além disso, teve o show do R.E.M. (uma das bandas que mais gosto), antes mesmo de chegar à São Paulo. Eles lotaram o Esporte Clube São José, com cerca de 14 mil espectadores!
Pra finalizar, o dramaturgo e artista Bob Wilson (autor de vídeos-retratos de artistas como Winona Rider e Brad Pitt) dará as caras na capital gaúcha em uma conferência no Fronteiras do Pensamento Braskem. (pra quem está em São Paulo, rola a mostra Voom Portraits). Ou seja, de falta do que fazer é que os gaúchos não podem que se queixar!
Serviço:
Para mandar material para o Porto Alegre em Cena:
Travessa Paraíso, 71, Porto Alegre, RS – cep – 90850-190.
Mais informações: http://www.poaemcena.com.br/
Conferência Bob Wilson
Quando: 24/11 às 19h30
Onde: Salão de Atos da UFRGS
Inscrição: R$ 100,00 - pelo telefone (51) 3019-2326 – ou e-mail: relacionamento@fronteirasdopensamento.com.br
sábado, 25 de outubro de 2008
O Casarão
Obra: Gregorio Gruber
Um continho meu, só pra mudar um pouco o tom:
“Na Paulista os faróis já vão abrir
Em um milhão de estrelas prontas pra invadir
Os Jardins, onde a gente acendeu, numa paixão
manhãs frias de abril.
Se a avenida exilou seus casarões
Quem reconstruiria nossas ilusões ?(...)"
Meu lugar preferido, lembra? Toda vez que passo em frente ao casarão eu lembro da música. Solitário com sua arquitetura do início do século vinte, quando a cidade era a capital mundial do café. Ali ele teima estar, com os muros pichados, em meio a tantos edifícios espelhados que esquentam os ambientes, sufocam os engravatados e nada combinam com o país tropical.
Aí, também lembro com força de como essa cidade distancia as pessoas.
Faço um esforço sobre-humano para não sentir saudade, um sentimento que considero inútil, assim como as lembranças sexuais que remetem aos seus cheiros e ao seu gosto.
Uma vez sonhei que você ficou do tamanho do Masp e me perseguia. É a sua dimensão quando eu passo na Avenida em um dia dolorosamente lindo, com um céu grafite e aquela chuva fina que faz carinho na gente. Ficam umas gotinhas no cabelo, a gente passa a mão e sente uma textura molhada. Sua textura molhada em manhã de domingo com chuva, nós dois passeando pelos Jardins.
Noite sem você. Merda de cidade onde não dá pra encontrar ninguém por acaso. Tantos milhões de habitantes e nenhum deles me serve.
Eu, quando cheguei de Rio Preto e fui morar com uma colega de quarto, achei ruim. Fomos unidas pela necessidade de pagar o aluguel, mas é uma amizade que cultivo, que na hora do sufoco qualquer conversa é melhor do que nenhuma. Eu é que não queria ser criança aqui, pensei. Depois comecei a prestar atenção no invisível e achei bom. A cidade ficou diferente. Gostava da privacidade, do anonimato. Detestava (ainda detesto) tomar ônibus cedinho sentindo o cheiro do diesel. Mas o que eu odeio mesmo é não saber onde te encontrar, sorrindo, como no dia em que te conheci – um paulistano meio metido e inseguro, com um terno de bom corte e um quê de príncipe.
Aí gente brigou, você trocou de endereço, eu troquei o celular e não avisei.
" (...) Você sabe quantas noites eu te procurei
Nessas ruas onde andei
Conta onde passeia hoje esse teu olhar
Quantas fronteiras ele já cruzou
O mundo inteiro de uma só cidade (...)"
Se eu estivesse em Rio Preto, seria fácil te encontrar. Ao menos três encontros, onde cruzaríamos olhares e eu sentiria o seu desejo. Mesmo que não falasse, ia dar pra perceber, e só isso valeria.
Vai ser assim se eu te cruzar no metrô, na balada, no trânsito, em um cruzamento perigoso de parar. A cidade é a culpada! Não sei onde está você, em meio a tantos bares, na chuva que cai.
Graças à imensidão desta cidade, pude me esconder, esconder os meus sentimentos e a minha insegurança, esconder o meu choro doído, as lágrimas na garoa, esconder tudo!
" Se os seus sonhos emigraram sem deixar
Nem pedra sobre pedra pra poder lembrar
Dou razão
É difícil hospedar no coração
Sentimentos assim"*
Ah, como estou feliz! Alterei o roteiro da minha vida!
Te perdi como se perde um clipe, no asfalto pintado com ilustrações das crianças de rua da Paulista. Vejo um rapaz com uma camiseta legal, dizeres em português. Ele sorri. Talvez algo assim; divino, espiritual. Já não quero esconder nenhuma das sensações que a cidade me obriga a experimentar neste momento. O rapaz de camisa legal está na Paulista, ao meu lado. E eu começo a achar delicioso o frio com vento e sol nesta avenida larga e com uns botecos que me lembrou Rio Preto de tardinha. Lá longe, um pirofagista brinca com um menino e suas bolinhas. Estou vendo as cores da cidade. Os cheiros, esses das comidas de todos os países da feira do Trianon. Pedir para aquele senhor esquentando no sol tirar uma foto.
Fila para a exposição do Masp, que não tem mais a cara de ninguém. Duas mulheres passeiam de mãos dadas, livres de espírito. Estão apaixonadas! Eu também. Amo esta avenida!
* Paulista- (Eduardo Gudin - Costa Netto)
Um continho meu, só pra mudar um pouco o tom:
“Na Paulista os faróis já vão abrir
Em um milhão de estrelas prontas pra invadir
Os Jardins, onde a gente acendeu, numa paixão
manhãs frias de abril.
Se a avenida exilou seus casarões
Quem reconstruiria nossas ilusões ?(...)"
Meu lugar preferido, lembra? Toda vez que passo em frente ao casarão eu lembro da música. Solitário com sua arquitetura do início do século vinte, quando a cidade era a capital mundial do café. Ali ele teima estar, com os muros pichados, em meio a tantos edifícios espelhados que esquentam os ambientes, sufocam os engravatados e nada combinam com o país tropical.
Aí, também lembro com força de como essa cidade distancia as pessoas.
Faço um esforço sobre-humano para não sentir saudade, um sentimento que considero inútil, assim como as lembranças sexuais que remetem aos seus cheiros e ao seu gosto.
Uma vez sonhei que você ficou do tamanho do Masp e me perseguia. É a sua dimensão quando eu passo na Avenida em um dia dolorosamente lindo, com um céu grafite e aquela chuva fina que faz carinho na gente. Ficam umas gotinhas no cabelo, a gente passa a mão e sente uma textura molhada. Sua textura molhada em manhã de domingo com chuva, nós dois passeando pelos Jardins.
Noite sem você. Merda de cidade onde não dá pra encontrar ninguém por acaso. Tantos milhões de habitantes e nenhum deles me serve.
Eu, quando cheguei de Rio Preto e fui morar com uma colega de quarto, achei ruim. Fomos unidas pela necessidade de pagar o aluguel, mas é uma amizade que cultivo, que na hora do sufoco qualquer conversa é melhor do que nenhuma. Eu é que não queria ser criança aqui, pensei. Depois comecei a prestar atenção no invisível e achei bom. A cidade ficou diferente. Gostava da privacidade, do anonimato. Detestava (ainda detesto) tomar ônibus cedinho sentindo o cheiro do diesel. Mas o que eu odeio mesmo é não saber onde te encontrar, sorrindo, como no dia em que te conheci – um paulistano meio metido e inseguro, com um terno de bom corte e um quê de príncipe.
Aí gente brigou, você trocou de endereço, eu troquei o celular e não avisei.
" (...) Você sabe quantas noites eu te procurei
Nessas ruas onde andei
Conta onde passeia hoje esse teu olhar
Quantas fronteiras ele já cruzou
O mundo inteiro de uma só cidade (...)"
Se eu estivesse em Rio Preto, seria fácil te encontrar. Ao menos três encontros, onde cruzaríamos olhares e eu sentiria o seu desejo. Mesmo que não falasse, ia dar pra perceber, e só isso valeria.
Vai ser assim se eu te cruzar no metrô, na balada, no trânsito, em um cruzamento perigoso de parar. A cidade é a culpada! Não sei onde está você, em meio a tantos bares, na chuva que cai.
Graças à imensidão desta cidade, pude me esconder, esconder os meus sentimentos e a minha insegurança, esconder o meu choro doído, as lágrimas na garoa, esconder tudo!
" Se os seus sonhos emigraram sem deixar
Nem pedra sobre pedra pra poder lembrar
Dou razão
É difícil hospedar no coração
Sentimentos assim"*
Ah, como estou feliz! Alterei o roteiro da minha vida!
Te perdi como se perde um clipe, no asfalto pintado com ilustrações das crianças de rua da Paulista. Vejo um rapaz com uma camiseta legal, dizeres em português. Ele sorri. Talvez algo assim; divino, espiritual. Já não quero esconder nenhuma das sensações que a cidade me obriga a experimentar neste momento. O rapaz de camisa legal está na Paulista, ao meu lado. E eu começo a achar delicioso o frio com vento e sol nesta avenida larga e com uns botecos que me lembrou Rio Preto de tardinha. Lá longe, um pirofagista brinca com um menino e suas bolinhas. Estou vendo as cores da cidade. Os cheiros, esses das comidas de todos os países da feira do Trianon. Pedir para aquele senhor esquentando no sol tirar uma foto.
Fila para a exposição do Masp, que não tem mais a cara de ninguém. Duas mulheres passeiam de mãos dadas, livres de espírito. Estão apaixonadas! Eu também. Amo esta avenida!
* Paulista- (Eduardo Gudin - Costa Netto)
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Retratos de Uma Metrópole - Porto Alegre
Porto Alegre é tão fotogênica que nem precisa ser muito entendedor pra foto ficar com essa atmosfera linda de fim de tarde, cor azul. Aí é só tomar um chimarrão olhando pro horizonte, pensando na vida. Foto tirada com a minha "modesta máquina sem muitos recursos", do Morro Santa Tereza, também conhecido como "morro da televisão", (é lá que estão localizadas emissoras de televisão como RBS-TV, SBT e Record locais). Aconselho conhecer o local em um final de tarde e, de quebra, apreciar o maravilhoso pôr-do-sol do rio Guaíba, que banha a cidade. Sabe como é, só pra lembrar que a vida é bela ;)
A Usina do Gasômetro , um dos pontos culturais obrigatórios, sempre tem algo muito bom acontecendo, como shows e as peças do Porto Alegre Em Cena.
Gosto de caminhar pela rua dos Andradas, também conhecida como rua da praia, observando os pedestres se exercitando, as pessoas tomando sol, as mães e seus carrinhos de bebês e aqueles que não fazem nada.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
São Paulo fotogênica
foto: Gal Oppido
Na minha opinião, São Paulo tem uma fotogenia única. Não que seja uma cidade bonita (é triste de dizer, mas não é mesmo). No entanto, posso afirmar que é um lugar amado por muitos, tão interessante quanto aquele homem feio por quem a gente se apaixona perdidamente; não pela beleza mas pelo charme, bom humor e inteligência. E que vale por quinze bonitos.
Pra quem quiser ver mais fotos incríveis da Sampa a minha dica é o site do consagrado fotógrafo Gal Oppido, autor de verdadeiras obras de arte como essa aí em cima. Ele brinca com o caos, com o moderno, com a urbanidade e até com a sujeira da cidade. No site do moço você encontra, além de outros temas incríveis, um ensaio chamado São Paulo - Artérias Urbanas - Vias de fato. Essas fotos já foram expostas no Museu da Casa Brasileira.
Outro talento é o Henrique Manreza, que tem fotos maravilhosas (de São Paulo e de mil outros temas) em seu fotolog, como a Sampa City, que já foi publicada no livro Brazil by Night, onde você encontra fotos de diversas cidades brasileiras (inclusive de Porto Alegre) pelo olhar de grandes nomes da fotografia. Gostei tanto do trabalho dele que comprei um painel pra mim. Arte me faz bem.
Adoro fotografias "vivas", de lugares ou pessoas, do cotidiano. Mas sou péssima fotógrafa. Prefiro tomar emprestado o trabalho de quem tem aquele olhar diferenciado para tirar uma bela foto.
E você, prefere sair na foto? Ou, como eu, curtir o trabalho dos outros? Ou estar por trás das lentes?
Se esse último for o seu caso e você quiser ver a sua foto por aqui, manda pra mim no mail ponteaereasppoa@gmail.com . Vale clique de situações, pessoas e tudo o que se relacionar à cidade de São Paulo. Terei o maior prazer em postar, com o devido crédito.
Ah: vale foto de Porto Alegre também.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
São Francisco Xavier - Um Lugar de Sonho
Adoro viajar e conhecer lugares diferentes, mas se tem um lugar para onde sempre PRECISO voltar, esse lugar é São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, interior de São Paulo. Troco por qualquer praia sem pensar. Isso porque é um lugar mágico que mais parece saído daqueles contos de fada de quando a gente era criança e escutava: era uma vez um lugar lindo! Serra da Mantiqueira pura e cercada por montanhas, passa despercebida no calendário do turismo convencional, e acho bom que seja assim. Não há muitas firulas de arquitetura turística ou muita badalação (apesar do recente festival de literatura, que iniciou este ano), mas em compensação as pousadas são acolhedoras e quase todas têm um foguinho, área com muito, muito, muito verde e aquela comida caseira influenciada pela culinária mineira, não muito longe dali. Ou seja, saborosa.
Pra quem gosta de esportes radicais (ou nem tanto) a cidade é perfeita. Já perdi a conta das opções: rafting, rapel, caminhadas, trilhas de bicicleta, passeio a cavalo, isso e aquilo. Há o Centro de Apoio ao Turista e é só chegar lá e escolher. É um dos lugares do Brasil com maior número de travessias – trilhas – que vão de uma cidade a outra. O muriqui (ou mono-carvoeiro) pode ser encontrado em passagem pelas trilhas com razoável facilidade. Há também um sem número de cachoeiras, formadas pelo Rio dos Peixes e afluentes.
As lojas de artesanato ficam na rua principal da cidade (com aquele jeito delicioso de cidade pequena), assim como os restaurantes, que vão dos mais simples (mas sempre com o toque especial da culinária local) até os modernos, como um restaurante japonês. Difícil encontrar algum onde não haja um prato sem shitake no cardápio. Ouvi dizer que é a maior plantação do cogumelo do Brasil – e se não for, é uma das. Mas nem só de shitake vive São Francisco. O Café Photozofia (lgo. São Sebastião, 105), é um bom lugar para tomar aquele cafezinho no final de tarde, na santa paz.
Mas se você quer saber mesmo é de sossego, tudo bem. É só olhar as estrelas no entardecer, colher do imenso tapete de pinhão que fica o chão nessa época do ano e olhar o horizonte, que já vale a viagem.
Pra quem gosta de esportes radicais (ou nem tanto) a cidade é perfeita. Já perdi a conta das opções: rafting, rapel, caminhadas, trilhas de bicicleta, passeio a cavalo, isso e aquilo. Há o Centro de Apoio ao Turista e é só chegar lá e escolher. É um dos lugares do Brasil com maior número de travessias – trilhas – que vão de uma cidade a outra. O muriqui (ou mono-carvoeiro) pode ser encontrado em passagem pelas trilhas com razoável facilidade. Há também um sem número de cachoeiras, formadas pelo Rio dos Peixes e afluentes.
As lojas de artesanato ficam na rua principal da cidade (com aquele jeito delicioso de cidade pequena), assim como os restaurantes, que vão dos mais simples (mas sempre com o toque especial da culinária local) até os modernos, como um restaurante japonês. Difícil encontrar algum onde não haja um prato sem shitake no cardápio. Ouvi dizer que é a maior plantação do cogumelo do Brasil – e se não for, é uma das. Mas nem só de shitake vive São Francisco. O Café Photozofia (lgo. São Sebastião, 105), é um bom lugar para tomar aquele cafezinho no final de tarde, na santa paz.
Mas se você quer saber mesmo é de sossego, tudo bem. É só olhar as estrelas no entardecer, colher do imenso tapete de pinhão que fica o chão nessa época do ano e olhar o horizonte, que já vale a viagem.
Calendário
Maio: Festival de Shitake e Semana do Meio Ambiente
Junho/Julho: Festival de Tropeiros e Violeiros
Maio: Festival de Shitake e Semana do Meio Ambiente
Junho/Julho: Festival de Tropeiros e Violeiros
domingo, 17 de agosto de 2008
As boas do Mercado Público de Porto
Foto: Panoramio
Não dá para visitar Porto sem conhecer o Mercado Municipal. Não dá. E também não tem erro: muitos ônibus levam ao Centro da cidade (que se você for reparar no mapa, fica na ponta) e qualquer taxista ou porto-alegrense que se preze sabe chegar lá. E lá chegando, repare na arquitetura, original da construção de 1842. O prédio é lindo e guarda surpresas muito bacanas, como as bancas de revistas antigas, as de especiarias tipicamente gaúchas, tipo ervas para mate, cuias de todos os tamanhos (bem mais baratas que na maioria dos outros lugares), etc, etc, etc.
Surpreende ao visitante o grande número de lojas de artigos para umbanda. Um proprietário de uma dessas bancas me disse que Porto Alegre é a capital que mais comercializa estes artigos no Brasil, (o que eu achei curioso e pretendo descobrir a razão, se é que há alguma).
Na última vez que eu visitei o Mercado, no mês passado, havia um imenso brechó no miolo do prédio, imperdível para quem, como eu, é rata de brechó. Tem coisas simplesmente incríveis e necessárias. E claro, tem as coisas de mercado. Separei aqui algumas dicas:
Banca 43:
Temperos, geléias, especiarias, azeites importados da Grécia, do Líbano; queijos da Holanda e geléias são alguns dos cerca de 800 itens. O bacalhau dos mares (filés de três dedos de espessura) é vendido sem pele e sem espinha.
Boxe 95:
Cachaçaria do Mercado - Para os apreciadores, imperdível. Cachaças mineiras, como as branquinhas Seleta e Boazinha (de Salinas), além das gaúchas e as embebidas em barril de carvalho e bálsamo, como a célebre Havana, estão entre aproximadamente 450 rótulos.
Banca 40:
Essa não tem jeito de deixar pra lá. Mesmo. Os 20 sorvetes feitos de forma artesanal, preparados com frutas e nata batida, são o ponto forte do lugar, que tem também sanduíches- e sopas no inverno. E tem a salada de frutas com sorvete e bomba royal (que vai chantilly e três sabores de sorvete).
Lojas 91 e 93:
Naval - O centenário bar é tradicional e serve comidas típicas, como carreteiro de charque e mocotó, além da "comida da vovó", nhoque caseiro feito em panela de barro.
Você pode continuar o passeio e quando estiver visitando o Santander Cultural (que eu já falei por aqui), ou o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), não deixe de tomar um cafézinho nas cafeterias charmosíssimas deles. No Café do Cobre, do Santander, os cafés são combinados com vinho do Porto e licores (hm...). Você pode almoçar no Bistrô do Margs, (um dos meus lugares preferidos na cidade, de onde dá pra observar as pessoas caminhando, falando ao celular, os camelôs, os policiais; enfim a cidade como ela é). Além do lugar ser acolhedor e a comida, muito boa. Mas se a grana for curta, dá pra almoçar bem no andar superior do Mercado mesmo. Tem boas opções a preços honestos. Mas atenção: no Mercado, a maioria das lojas fecha no domingo. E a maioria das barracas fecha entre 17h00 e 19h00.
Mercado Público Municipal
Largo Glênio Peres/Avenida Borges de Medeiros s/n
Largo Glênio Peres/Avenida Borges de Medeiros s/n
Centro - Porto Alegre
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
O que é que o grafite brasileiro tem?
Foto: Cedar Lewisohn (http://www.tateuk/)
Não me canso de dar dicas culturais de São Paulo e Porto Alegre. Primeiro porque gosto (e acho que todo mundo gosta, à sua maneira). E depois porque, (ainda bem) as capitais de que falo aqui são muito, mas muito bem servidas de arte, graças a Deus. E quando eu digo arte, não estou me referindo a algo inalcançável ou para poucos. Nas minhas capitais, a arte está em todo canto, em cada esquina. Nas luminárias típicas das ruas da Liberdade, nos artistas mambembes da praça da Sé ou da XV de novembro e do nos poemas nas janelas dos ônibus porto-alegrenses. Basta um olhar mais atento e sem preconceitos.
Esse conceito de “arte” foi debatido depois da polêmica sobre um estudante da faculdade de Belas Artes (SP) ter pichado a fachada da escola para apresentar seu trabalho de conclusão de curso. Isso é arte ou vandalismo? Quando é “pichação” e quando é grafite? Mas afinal, a arte não deveria ser transgressora? Ou trata-se de um crime ambiental?
Não posso falar por todos, mas por mim (ou seja, esta é a MINHA opinião). Pichação é vandalismo, mas grafite é arte sim, e das melhores. Tanto que já conquistou exposições em galerias de arte (como no Santander Cultural em Porto Alegre, ver abaixo) e até o apoio de multinacionais. Ao mesmo tempo é uma arte que está a céu aberto, democrática e disponível. Saiu inclusive uma matéria na Revista da Folha essa semana falando sobre o assunto – e mostrando os grafiteiros paulistanos arrebentando! São vários os nomes citados; entre eles, Nunca (que também está no Santander) e osgemeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), que estão quebrando tudo com um trabalho na fachada da Tate Modern de Londres, um dos museus mais importantes do mundo.
Esse conceito de “arte” foi debatido depois da polêmica sobre um estudante da faculdade de Belas Artes (SP) ter pichado a fachada da escola para apresentar seu trabalho de conclusão de curso. Isso é arte ou vandalismo? Quando é “pichação” e quando é grafite? Mas afinal, a arte não deveria ser transgressora? Ou trata-se de um crime ambiental?
Não posso falar por todos, mas por mim (ou seja, esta é a MINHA opinião). Pichação é vandalismo, mas grafite é arte sim, e das melhores. Tanto que já conquistou exposições em galerias de arte (como no Santander Cultural em Porto Alegre, ver abaixo) e até o apoio de multinacionais. Ao mesmo tempo é uma arte que está a céu aberto, democrática e disponível. Saiu inclusive uma matéria na Revista da Folha essa semana falando sobre o assunto – e mostrando os grafiteiros paulistanos arrebentando! São vários os nomes citados; entre eles, Nunca (que também está no Santander) e osgemeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), que estão quebrando tudo com um trabalho na fachada da Tate Modern de Londres, um dos museus mais importantes do mundo.
Capa da última Revista da Folha
Uma cidade tão dura como São Paulo tinha de ter suas compensações: é celeiro de grafiteiros maravilhosos. Na mesma matéria da Revista, Cedar Lewisohn, curador da mostra Street Art, definiu o grafite brasileiro como “único”. “No Brasil, mais particularmente em São Paulo, a ‘street art’ é muito forte (...) O que aconteceu em São Paulo (...) fez essa arte sair de si mesma e não ser fechada em apenas um estilo. Esse é um jeito típico do brasileiro que, como faz no futebol, joga por diversão.”
Mas nem todo mundo pensa assim. No dia 03 de julho, uma empresa contratada do programa Cidade Limpa apagou um mural de 680m que coloria a avenida 23 de maio! Eu me lembro desse mural e quantas vezes não voltei estressada do trânsito e parei para apreciá-lo...Lá estavam reunidos trabalhos de Nina Pandolfo (eu simplesmente a adoro, com seus temas delicados e femininos!), osgemeos, Vitché e Herbert Baglione, entre outros. A boa notícia é que a prefeitura se retratou rapidinho e osgemeos (escreve assim mesmo) vão fazer outro painel, que deve ocupar o mesmo espaço.
O grafite tem mais essa vantagem (ou desvantagem, como queira): pintar em cima é uma oportunidade de mudar, fazer o novo. A arte perdida torna-se, na verdade, arte nova que se cria. O espírito transgressor do grafiteiro não se rende. E a cidade assim se reinventa, como de hábito.Agora é com você: quando passar por um grafite, repare nos traços aplicados, nas cores, nas expressões pintadas. E pense em como ele deixa a cidade menos séria e mais bem-humorada!
Onde encontrar grafites em São Paulo:
- Esquina da rua Lavapés com a Justo Azambuja/ Silveira da Mota (Cambuci)
- Ruas que cruzam a Galvão Bueno e a Rua da Glória (Liberdade)
- Esquina da rua Lavapés com a Justo Azambuja/ Silveira da Mota (Cambuci)
- Ruas que cruzam a Galvão Bueno e a Rua da Glória (Liberdade)
- Praça Benedito Calixto (Rua João Moura - com a Cardeal Arcoverde e sob o viaduto Sumaré – Rua Gonçalo Afonso - Beco do Batman). Cardeal Arcoverde com Cristiano Viana. (Pinheiros). Obs. Vale conferir também o mural do Sesc Pinheiros.
- Rio Tietê – Córrego do Tiburtino, próximo à ponte da Freguesia do Ó
- Avenida Paulista – Tùnel que liga as avenidas Paulista e Rebouças.
-Avenida 23 de maio.
(Fonte: Revista da Folha – 827)
* E para quem gosta de tecnologia, a dica é File – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que vai até o dia 31 de agosto na Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1.313). Lá você confere intervenções feitas com “laser tag” (grafite eletrônico) do grupo norte- americano Graffiti Research, de graça. Confira os horários no site: www.file.org.br
Divulgação
Porto Alegre também tem arte de rua
E pra quem está em Porto, é imperdível visitar o Santander Cultural (pelo prédio deslumbrante de estilo neoclássico e pela exposição), para conferir grafiteiros, fanzineiros e afins na Transfer, conida pelo galerista gaúcho Lucas Ribeiro. São nada menos do que 300 obras, produzidas por artistas que – olha a ironia – já foram considerados vândalos. A mostra está dividida em quatro partes: Mauditos (arte underground dos anos 80 e 90); Intervencionistas (fotos e cartazes de rua e sites de arte – imperdível para os skatistas); Beutiful Losers (com 27 artistas estrangeiros) e Street Fine Art. Aqui chegamos nos grafiteiros, como Nunca, Bruno 9Li, Kboco, Titi Freak, entre outros, expostos nas colunas e em painéis distribuídos pelo prédio.
Transfer – Cultura urbana, arte contemporânea, transferências, transformações.
Onde: Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1.028
Centro – Porto Alegre
Quando – até 28/09
Segunda à sexta: 10h00 às 19h00
Sábados, domingos e feriados: das 11h00 às 19h00.
Grátis
Mais informações: http://www.santandercultural.com.br/
E pra quem está em Porto, é imperdível visitar o Santander Cultural (pelo prédio deslumbrante de estilo neoclássico e pela exposição), para conferir grafiteiros, fanzineiros e afins na Transfer, conida pelo galerista gaúcho Lucas Ribeiro. São nada menos do que 300 obras, produzidas por artistas que – olha a ironia – já foram considerados vândalos. A mostra está dividida em quatro partes: Mauditos (arte underground dos anos 80 e 90); Intervencionistas (fotos e cartazes de rua e sites de arte – imperdível para os skatistas); Beutiful Losers (com 27 artistas estrangeiros) e Street Fine Art. Aqui chegamos nos grafiteiros, como Nunca, Bruno 9Li, Kboco, Titi Freak, entre outros, expostos nas colunas e em painéis distribuídos pelo prédio.
Transfer – Cultura urbana, arte contemporânea, transferências, transformações.
Onde: Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1.028
Centro – Porto Alegre
Quando – até 28/09
Segunda à sexta: 10h00 às 19h00
Sábados, domingos e feriados: das 11h00 às 19h00.
Grátis
Mais informações: http://www.santandercultural.com.br/
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Dica de férias: Visita ao Vale dos Vinhedos
Eu estou atrasadíssima com esse blog, eu sei. Isso porque tirei pequenas férias. E falando nisso, que vacilo foi esse de não dar dicas de escapadas em plenas férias? Ok, estou ciente que o blog é referente às capitais do cabeçalho aí em cima, mas às vezes passo por cenários tão bonitos em São Paulo e no Rio Grande do Sul que não resisto. Este é o melhor mês para mudar a paisagem – e ainda dá tempo.
Como já mencionei por aqui, não pretendo fazer nenhuma espécie de “guia turístico”. Deixo a tarefa para os mais capacitados. As minhas dicas originam-se de experiências muito pessoais, como esta fugidinha na parte da colonização italiana nas serras gaúchas, também conhecida como Vale dos Vinhedos. Eu já conhecia, assim como o percurso não chega a ser novidade para muitos gaúchos, mas não importa : visitar a rota dos vinhos é um passeio inesquecível para qualquer um e vale a dica.
Primeiro, porque a estrada sinuosa já é um espetáculo, com suas tendas de “frutas e utensílios e tudo o que você puder imaginar para fazer comida.” Depois o povo simpático de matar. Se você sai de Porto Alegre, passa por Garibaldi e...Carlos Barbosa. Quando fui, tava rolando a Festi Queijo. Também já conhecia. A cidade é um charme e eu sou louca por uma festa; então parei por lá com um grupo de amigos e meu excelentíssimo cônjuge. A gente se hospedou em uma pousadinha no centro, básica. E foi tudo de bom, apesar de um pouco apertado (quatro pessoas dividindo um banheiro minúsculo não é o que eu chamo de conforto). Mas vamos à festa. Funciona assim: você paga uma taxa fixa e se entope de comer e beber, como toda boa festa italiana. Tem um milhão de guloseimas, VINHOS de todos os tipos e grupos musicais que vão da M.P.B ao cancioneiro gaúcho. É o tipo de festa que vai a cidade toda, portanto familiar. Aquela coisa de interior, tão gostosinha e acolhedora.
Acordamos no dia seguinte com o clima agradável e aceleramos. Passamos por Bento Gonçalves. Foi a hora de parar nas vinícolas. Visitamos a Miolo, mas tem também as da Aurora, Salton, da Casa Valduga e algumas pequenas, que produzem um vinho que o resto do país desconhece. Lá você fica sabendo como os vinhos são concebidos por meio de visitas guiadas que algumas vinícolas oferecem a seus parreirais, o que acontece principalmente na colheita da uva (dezembro/março). Como não era o caso, o jeito foi fazer a visita na parte interna e a DEGUSTAÇÃO!!! Saímos tontinhos e fomos comer em um restaurante que eu, infelizmente, esqueci o nome. Uma pena, porque foi uma das melhores relações custo-benefício que eu já vi na vida.
O Vale é composto de mais uma dezena de cidades, como Veranópolis, Caxias do Sul. Nos pacotes turísticos, há também jantares em cantinas típicas com animação de corais. Mas a gente voltou, porque nem só de passeio vive-se.
Obs: Para quem quer curtir a Festi Queijo, ainda dá tempo: a festa vai até o dia 27 (próximo domingo) e os horários você confere aí embaixo:
Festi Queijo
Rua Buarque de Macedo, S/N
Salão Paroquial de Igreja Matriz
Carlos Barbosa - RS
Sexta: 18h00 às 22h00
Sábado: 10 às 22h00
Domingo: 10h00 às 18h00
Mais informações: http://www.festiqueijo.com.br/
Fervo total na festa
E dá-lhe queijo
E dá-lhe vinho...
Digamos que depois de algumas taças de vinho eu tenha esquecido o nome da banda. Quem souber pode comentar. Há há há!
Meu conselho? Vá de barriga vazia
Rapaz local curtindo a festa
Estação de trem de Carlos Barbosa
"Figuras" da cidade
Uma das paradas para comprar bons vinhos. Hum, eu esqueci o nome desse lugar...
Voltar pra casa. Fazer o quê...
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Cenas urbanas: Drummond e Mário Quintana trocando poemas
Carlos Drummond de Andrade lendo para Mário Quintana em pleno centro de Porto Alegre. Bom demais, não é?
Encomendada para a 47a Feira do Livro em outubro de 2001, a escultura em bronze é de autoria de Francisco Strockinger e Eloísa Tregnago. Agora me diga: Em que outra cidade poderia haver uma prova de amor à literatura como essa?
É bem verdade que já roubaram o livro do Drummond. Que aliás é vítima. (no Rio de Janeiro foram os óculos). Mas ontem mesmo ele tava nas mãos do poeta, em um dia lindo na Praça da Alfândega.
Minha amiga Márcia pediu um colinho pro Quintana e deixou-se levar por estes dois gênios da nossa cultura, deliciando-se com os seus incríveis poemas. Ela contou que Drummond fez um apêlo: por favor parem com esse vandalismo, que sem os livros e os óculos não posso ler. E se não posso ler, como poderei passar adiante a minha magnífica obra?
Encomendada para a 47a Feira do Livro em outubro de 2001, a escultura em bronze é de autoria de Francisco Strockinger e Eloísa Tregnago. Agora me diga: Em que outra cidade poderia haver uma prova de amor à literatura como essa?
É bem verdade que já roubaram o livro do Drummond. Que aliás é vítima. (no Rio de Janeiro foram os óculos). Mas ontem mesmo ele tava nas mãos do poeta, em um dia lindo na Praça da Alfândega.
Minha amiga Márcia pediu um colinho pro Quintana e deixou-se levar por estes dois gênios da nossa cultura, deliciando-se com os seus incríveis poemas. Ela contou que Drummond fez um apêlo: por favor parem com esse vandalismo, que sem os livros e os óculos não posso ler. E se não posso ler, como poderei passar adiante a minha magnífica obra?
terça-feira, 15 de julho de 2008
Cantor da série Jaspion no Anime Friends
Essa dica vem da minha amiga Elis: Quem tem mais de 30 anos lembra-se do seriado japonês Jaspion, não? Pois as canções eram de Akira Kushida, cantor que embalou a minha infância e apresenta-se (começou dia 11) no maravilhoso Anime Friends, um dos maiores eventos da América Latina relacionado a animes (desenhos japoneses), mas que tem também cosplay, ilustração, música e coisas que você nem imagina. Eu, como apaixonada pela cultura japonesa que sou, não poderia deixar esta dica passar batido. É uma pena que não estou em São Paulo pra aproveitar.
Ainda dá tempo de conferir:
6º Anime Friends:
Quando: 16 a 20 de julho, das 10h às 21h.
Onde: Espaço Mart Center (R. Chico Pontes, 1.500, Vila Guilherme, São Paulo).
Quanto: R$ 10,00 ( dia 16 a 18) e R$ 25,00 (para dia 19 e 20 de julho)
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Avenida Paulista, o meu lugar
foto: Rick Manreza
"São Paulo é como o mundo todo. No mundo um grande amor perdi"
(Caetano Veloso)
Adoro essa foto. É uma paisagem urbana, bem sei. O lugar onde se encontra a maior diversidade humana do país: Avenida Paulista. Lembro-me de como (a foto) foi concebida. Eu tinha amigos virtuais muito queridos, graças ao extinto zine Falaê, onde escrevíamos contos e discutíamos sobre a vida. Faltava conversar pessoalmente e marcamos no Opção, um boteco ao lado do Masp com mesinhas ao ar livre. Naquele dia conheci Andrea Del Fuego, escritora talentosa (que recentemente lançou o livro Sociedade Caveria de Cristal).
Sentamos embaixo de uma daquelas àrvores e ficamos amigas de imediato. Logo chega o Rick, de sorriso muito fácil dizendo que acabara de comprar uma máquina DESCARTÁVEL e de tirar uma foto ao descer do metrô Trianon. O Rick já era talentosíssimo e mesmo naquela situação de improviso o resultado foi esse: uma foto cheia de personalidade, que mostra o dinamismo da cidade e da avenida, viva a qualquer hora do dia e da noite.
A mesma avenida por onde gostava de caminha o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu , quando morava em seu apartamento na Haddock Lobbo. A avenida que abriga passeatas, mendigos, ferraris e motoboys, manifestações gays e evangélicas, transações comerciais que fazem girar o Brasil, mas também cinemas, teatros e exposições; lojas caras ou de artigos piratas e todos os bancos do mundo. À noite, os botecos acendem as suas luzes e os executivos afrouxam as gravatas. E as meninas saem caminhando graciosamente com seus saltinhos pelas calçadas em reforma ou pelas ruas que cruzam e oferecem possibilidades sem fim.
A Paulista é a síntese. E melhor viver a cidade em sua plenitude do que trancafiar-se com os filhos nos condomínios, os aquários dourados modernos, para viver pela metade. E não viver.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Teatro em São Paulo
“A comédia definitivamente não precisa subestimar o público. Está na hora de parar de subestimar a comédia”.
Marcelo Médici
Se você está em São Paulo, tem um mês para assistir à peça Cada Um Com Seus Pobrema, com o insubstituível Marcelo Médici. Com alguma sorte você ainda acha ingresso. Se não está, não perde a viagem se visitar a cidade só por causa do espetáculo (que pelo jeito não viaja). De autoria de Ricardo Rathsam e do próprio Médici, que ganhou popularidade com o gago Fladson da novela Belíssima, a peça cura qualquer mau humor.
Nesse monólogo, Médici representa um ator medíocre que conta agruras da profissão por meio de vários personagens (todos interpretados por ele). E ele TEM graça! É um ator extremamente versátil, que incorpora com alma Dona Creuza, o corinthiano Sanderson e Tia Penha (um dos melhores momentos da peça), uma apresentadora de programa infantil que detesta crianças. Tem também Mãe Jatinha, uma médium charlatã. Nesse momento ele interage com a platéia e eu quase me enfiei debaixo do banco! A moça que estava do meu lado foi chamada pra subir ao palco. Senti alívio por não ter sido escolhida mas depois mudei de idéia (tem uma surpresa que não vou contar). Ah: a graça não é gratuita e traz uma ironia inteligente, como com Jonson, o irmão modelo e surfista do ator que, sem talento, se dá muito melhor na profissão por ser bonito.
Médici faz cada personagem cheio de referências culturais e sotaques, ajudado pelo figurino de Kleber Montanheiro. Enfim, chega de papo e compre logo o seu ingresso. Mas previna-se: para comprar a meia-entrada ou para terceira idade é necessário levar documento e mostrar na bilheteria, sabe como é. E o atendimento naquele Teatro Shopping Frei Caneca é uó. Aliás, detesto ir ao teatro em Shopping, embora o teatro em si seja bom. Mas Médici vale o sacrifício. O ingresso rápido também não aconselho: você paga taxa e o atendimento também não é uma maravilha, mas em todo caso, aí vai o serviço:
Cada Um Com Seus Pobrema
Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares)
Tel. (11) 3472-2229/2230
Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca 569, 6o andar – Consolação -
São Paulo
Aceita cartão Visa, Diners, American e Mastercard
Quinta e sexta – 21h30 (R$50,00)
Sábado – 21h00 (R$60,00)
Domingo – 19h00 (R$60,00)
Ingresso rápido: 4003-1212
Estacionamento – 4,00 – duas horas
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Muito Além do Churrasco - Restaurante Calamares
foto: site do restaurante
Todas as vezes que vou ao Calamares lembro-me de um amigo paulistano que é apaixonado pela culinária portuguesa. Ele, que viaja muito a negócios e já visitou Porto Alegre diversas vezes, confessou-me que sempre opta pelas churrascarias em suas passagens pela cidade.
Lamentei por ele e por todos que não sabem quão divinamente bem dá pra comer, muito além da carne vermelha, na capital gaúcha. Sim, há ótimas churrascarias, mas há também o Koh Pee Pee, simplesmente um dos melhores restaurantes tailandeses do país, só para dar um exemplo. Oportunidade para escrever sobre o assunto certamente não faltará, mas agora vou falar do Calamares, que existe desde 1994, sob a batuta de Lídia Marques e Maria José Cassapo. O restaurante, que recentemente abriu uma filial no Shopping Bourbon Ipiranga faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (um verdadeiro certificado de coisa muito boa) e foi eleito como um dos dez melhores pelo júri da Revista Veja Porto Alegre.
O ambiente é intimista e não exatamente sofisticado, mas tem muito charme. Antes da lei que proíbe os cigarros em restaurantes no estado do Rio Grande do Sul, o jardim de inverno era destinado aos fumantes; daí o motivo porque não o conheço. Costumo ficar na outra parte, que mais parece uma sala de estar, cheia de referências lusitanas e marítimas na decoração.
Mas são os pratos, servidos com capricho, ingredientes de qualidade e apresentação impecável que realmente impressionam. Gosto de lugares onde há o mais profundo respeito pelo cliente e por lá toda hora alguém vem saber se está tudo bem. O bacalhau é a grande estrela, mas dá pra encontrar receitas autenticamente portuguesas, como o Leitão à Bairrada, além de uma paellla maravilhosa. Sem contar as sobremesas portuguesas, como o Pastel de Santa Clara – que por lá, é feito de maneira esplendorosa. Para completar, a carta de vinhos é realmente boa, com oferta de nacionais e importados. Ah: o valor cobrado por todas essas maravilhas me pareceu bastante justo.
O restaurante foi escolhido por mim para passar o Dia dos Namorados, quando então fiquei sabendo de um rodízio de camarão (inhame inhame inhame). Dá pra perder? Meu amigo também achou que não– e não se arrependeu de ter feito a troca. Agora ele já sabe: culinária portuguesa é em Porto Alegre!
Lamentei por ele e por todos que não sabem quão divinamente bem dá pra comer, muito além da carne vermelha, na capital gaúcha. Sim, há ótimas churrascarias, mas há também o Koh Pee Pee, simplesmente um dos melhores restaurantes tailandeses do país, só para dar um exemplo. Oportunidade para escrever sobre o assunto certamente não faltará, mas agora vou falar do Calamares, que existe desde 1994, sob a batuta de Lídia Marques e Maria José Cassapo. O restaurante, que recentemente abriu uma filial no Shopping Bourbon Ipiranga faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (um verdadeiro certificado de coisa muito boa) e foi eleito como um dos dez melhores pelo júri da Revista Veja Porto Alegre.
O ambiente é intimista e não exatamente sofisticado, mas tem muito charme. Antes da lei que proíbe os cigarros em restaurantes no estado do Rio Grande do Sul, o jardim de inverno era destinado aos fumantes; daí o motivo porque não o conheço. Costumo ficar na outra parte, que mais parece uma sala de estar, cheia de referências lusitanas e marítimas na decoração.
Mas são os pratos, servidos com capricho, ingredientes de qualidade e apresentação impecável que realmente impressionam. Gosto de lugares onde há o mais profundo respeito pelo cliente e por lá toda hora alguém vem saber se está tudo bem. O bacalhau é a grande estrela, mas dá pra encontrar receitas autenticamente portuguesas, como o Leitão à Bairrada, além de uma paellla maravilhosa. Sem contar as sobremesas portuguesas, como o Pastel de Santa Clara – que por lá, é feito de maneira esplendorosa. Para completar, a carta de vinhos é realmente boa, com oferta de nacionais e importados. Ah: o valor cobrado por todas essas maravilhas me pareceu bastante justo.
O restaurante foi escolhido por mim para passar o Dia dos Namorados, quando então fiquei sabendo de um rodízio de camarão (inhame inhame inhame). Dá pra perder? Meu amigo também achou que não– e não se arrependeu de ter feito a troca. Agora ele já sabe: culinária portuguesa é em Porto Alegre!
Calamares
Avenida Mercedez, 58 - Floresta - (51) 3346-8055
Ter. à quinta: 11h30 às 14h00/19h30 às 23h30 - sex e sáb: até oh30
Domingos: 11h30 às 15h00
Shopping Bourbon Ipiranga - Av. Ipiranga, 5.200 - loja 102 - B. Jdim Botânico - (51) 3348-4561
Todos os dias: 11h00 às 23h00
Aceita cartões de crédito.
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