sexta-feira, 25 de julho de 2008

Dica de férias: Visita ao Vale dos Vinhedos




























Eu estou atrasadíssima com esse blog, eu sei. Isso porque tirei pequenas férias. E falando nisso, que vacilo foi esse de não dar dicas de escapadas em plenas férias? Ok, estou ciente que o blog é referente às capitais do cabeçalho aí em cima, mas às vezes passo por cenários tão bonitos em São Paulo e no Rio Grande do Sul que não resisto. Este é o melhor mês para mudar a paisagem – e ainda dá tempo.

Como já mencionei por aqui, não pretendo fazer nenhuma espécie de “guia turístico”. Deixo a tarefa para os mais capacitados. As minhas dicas originam-se de experiências muito pessoais, como esta fugidinha na parte da colonização italiana nas serras gaúchas, também conhecida como Vale dos Vinhedos. Eu já conhecia, assim como o percurso não chega a ser novidade para muitos gaúchos, mas não importa : visitar a rota dos vinhos é um passeio inesquecível para qualquer um e vale a dica.


Primeiro, porque a estrada sinuosa já é um espetáculo, com suas tendas de “frutas e utensílios e tudo o que você puder imaginar para fazer comida.” Depois o povo simpático de matar. Se você sai de Porto Alegre, passa por Garibaldi e...Carlos Barbosa. Quando fui, tava rolando a Festi Queijo. Também já conhecia. A cidade é um charme e eu sou louca por uma festa; então parei por lá com um grupo de amigos e meu excelentíssimo cônjuge. A gente se hospedou em uma pousadinha no centro, básica. E foi tudo de bom, apesar de um pouco apertado (quatro pessoas dividindo um banheiro minúsculo não é o que eu chamo de conforto). Mas vamos à festa. Funciona assim: você paga uma taxa fixa e se entope de comer e beber, como toda boa festa italiana. Tem um milhão de guloseimas, VINHOS de todos os tipos e grupos musicais que vão da M.P.B ao cancioneiro gaúcho. É o tipo de festa que vai a cidade toda, portanto familiar. Aquela coisa de interior, tão gostosinha e acolhedora.

Acordamos no dia seguinte com o clima agradável e aceleramos. Passamos por Bento Gonçalves. Foi a hora de parar nas vinícolas. Visitamos a Miolo, mas tem também as da Aurora, Salton, da Casa Valduga e algumas pequenas, que produzem um vinho que o resto do país desconhece. Lá você fica sabendo como os vinhos são concebidos por meio de visitas guiadas que algumas vinícolas oferecem a seus parreirais, o que acontece principalmente na colheita da uva (dezembro/março). Como não era o caso, o jeito foi fazer a visita na parte interna e a DEGUSTAÇÃO!!! Saímos tontinhos e fomos comer em um restaurante que eu, infelizmente, esqueci o nome. Uma pena, porque foi uma das melhores relações custo-benefício que eu já vi na vida.
O Vale é composto de mais uma dezena de cidades, como Veranópolis, Caxias do Sul. Nos pacotes turísticos, há também jantares em cantinas típicas com animação de corais. Mas a gente voltou, porque nem só de passeio vive-se.

Obs: Para quem quer curtir a Festi Queijo, ainda dá tempo: a festa vai até o dia 27 (próximo domingo) e os horários você confere aí embaixo:

Festi Queijo
Rua Buarque de Macedo, S/N
Salão Paroquial de Igreja Matriz
Carlos Barbosa - RS
Sexta: 18h00 às 22h00
Sábado: 10 às 22h00
Domingo: 10h00 às 18h00

Mais informações: http://www.festiqueijo.com.br/



















Fervo total na festa





















E dá-lhe queijo




















E dá-lhe vinho...



















Digamos que depois de algumas taças de vinho eu tenha esquecido o nome da banda. Quem souber pode comentar. Há há há!



















Meu conselho? Vá de barriga vazia


















Rapaz local curtindo a festa



















Estação de trem de Carlos Barbosa



















"Figuras" da cidade




















Uma das paradas para comprar bons vinhos. Hum, eu esqueci o nome desse lugar...


















Voltar pra casa. Fazer o quê...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Cenas urbanas: Drummond e Mário Quintana trocando poemas




Carlos Drummond de Andrade lendo para Mário Quintana em pleno centro de Porto Alegre. Bom demais, não é?

Encomendada para a 47a Feira do Livro em outubro de 2001, a escultura em bronze é de autoria de Francisco Strockinger e Eloísa Tregnago. Agora me diga: Em que outra cidade poderia haver uma prova de amor à literatura como essa?

É bem verdade que já roubaram o livro do Drummond. Que aliás é vítima. (no Rio de Janeiro foram os óculos). Mas ontem mesmo ele tava nas mãos do poeta, em um dia lindo na Praça da Alfândega.

Minha amiga Márcia pediu um colinho pro Quintana e deixou-se levar por estes dois gênios da nossa cultura, deliciando-se com os seus incríveis poemas. Ela contou que Drummond fez um apêlo: por favor parem com esse vandalismo, que sem os livros e os óculos não posso ler. E se não posso ler, como poderei passar adiante a minha magnífica obra?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Cantor da série Jaspion no Anime Friends

Essa dica vem da minha amiga Elis: Quem tem mais de 30 anos lembra-se do seriado japonês Jaspion, não? Pois as canções eram de Akira Kushida, cantor que embalou a minha infância e apresenta-se (começou dia 11) no maravilhoso Anime Friends, um dos maiores eventos da América Latina relacionado a animes (desenhos japoneses), mas que tem também cosplay, ilustração, música e coisas que você nem imagina. Eu, como apaixonada pela cultura japonesa que sou, não poderia deixar esta dica passar batido. É uma pena que não estou em São Paulo pra aproveitar.



Ainda dá tempo de conferir:

6º Anime Friends:

Quando: 16 a 20 de julho, das 10h às 21h.

Onde: Espaço Mart Center (R. Chico Pontes, 1.500, Vila Guilherme, São Paulo).

Quanto: R$ 10,00 ( dia 16 a 18) e R$ 25,00 (para dia 19 e 20 de julho)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Avenida Paulista, o meu lugar








foto: Rick Manreza

"São Paulo é como o mundo todo. No mundo um grande amor perdi"

(Caetano Veloso)



Adoro essa foto. É uma paisagem urbana, bem sei. O lugar onde se encontra a maior diversidade humana do país: Avenida Paulista. Lembro-me de como (a foto) foi concebida. Eu tinha amigos virtuais muito queridos, graças ao extinto zine Falaê, onde escrevíamos contos e discutíamos sobre a vida. Faltava conversar pessoalmente e marcamos no Opção, um boteco ao lado do Masp com mesinhas ao ar livre. Naquele dia conheci Andrea Del Fuego, escritora talentosa (que recentemente lançou o livro Sociedade Caveria de Cristal).

Sentamos embaixo de uma daquelas àrvores e ficamos amigas de imediato. Logo chega o Rick, de sorriso muito fácil dizendo que acabara de comprar uma máquina DESCARTÁVEL e de tirar uma foto ao descer do metrô Trianon. O Rick já era talentosíssimo e mesmo naquela situação de improviso o resultado foi esse: uma foto cheia de personalidade, que mostra o dinamismo da cidade e da avenida, viva a qualquer hora do dia e da noite.

A mesma avenida por onde gostava de caminha o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu , quando morava em seu apartamento na Haddock Lobbo. A avenida que abriga passeatas, mendigos, ferraris e motoboys, manifestações gays e evangélicas, transações comerciais que fazem girar o Brasil, mas também cinemas, teatros e exposições; lojas caras ou de artigos piratas e todos os bancos do mundo. À noite, os botecos acendem as suas luzes e os executivos afrouxam as gravatas. E as meninas saem caminhando graciosamente com seus saltinhos pelas calçadas em reforma ou pelas ruas que cruzam e oferecem possibilidades sem fim.

A Paulista é a síntese. E melhor viver a cidade em sua plenitude do que trancafiar-se com os filhos nos condomínios, os aquários dourados modernos, para viver pela metade. E não viver.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Teatro em São Paulo


fotos: folder divulgação


“A comédia definitivamente não precisa subestimar o público. Está na hora de parar de subestimar a comédia”.
Marcelo Médici








Se você está em São Paulo, tem um mês para assistir à peça Cada Um Com Seus Pobrema, com o insubstituível Marcelo Médici. Com alguma sorte você ainda acha ingresso. Se não está, não perde a viagem se visitar a cidade só por causa do espetáculo (que pelo jeito não viaja). De autoria de Ricardo Rathsam e do próprio Médici, que ganhou popularidade com o gago Fladson da novela Belíssima, a peça cura qualquer mau humor.

Nesse monólogo, Médici representa um ator medíocre que conta agruras da profissão por meio de vários personagens (todos interpretados por ele). E ele TEM graça! É um ator extremamente versátil, que incorpora com alma Dona Creuza, o corinthiano Sanderson e Tia Penha (um dos melhores momentos da peça), uma apresentadora de programa infantil que detesta crianças. Tem também Mãe Jatinha, uma médium charlatã. Nesse momento ele interage com a platéia e eu quase me enfiei debaixo do banco! A moça que estava do meu lado foi chamada pra subir ao palco. Senti alívio por não ter sido escolhida mas depois mudei de idéia (tem uma surpresa que não vou contar). Ah: a graça não é gratuita e traz uma ironia inteligente, como com Jonson, o irmão modelo e surfista do ator que, sem talento, se dá muito melhor na profissão por ser bonito.

Médici faz cada personagem cheio de referências culturais e sotaques, ajudado pelo figurino de Kleber Montanheiro. Enfim, chega de papo e compre logo o seu ingresso. Mas previna-se: para comprar a meia-entrada ou para terceira idade é necessário levar documento e mostrar na bilheteria, sabe como é. E o atendimento naquele Teatro Shopping Frei Caneca é uó. Aliás, detesto ir ao teatro em Shopping, embora o teatro em si seja bom. Mas Médici vale o sacrifício. O ingresso rápido também não aconselho: você paga taxa e o atendimento também não é uma maravilha, mas em todo caso, aí vai o serviço:

Cada Um Com Seus Pobrema

Teatro Shopping Frei Caneca (600 lugares)
Tel. (11) 3472-2229/2230
Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca 569, 6o andar – Consolação -
São Paulo
Aceita cartão Visa, Diners, American e Mastercard
Quinta e sexta – 21h30 (R$50,00)
Sábado – 21h00 (R$60,00)
Domingo – 19h00 (R$60,00)
Ingresso rápido: 4003-1212
Estacionamento – 4,00 – duas horas