Foto: Cedar Lewisohn (http://www.tateuk/)
Não me canso de dar dicas culturais de São Paulo e Porto Alegre. Primeiro porque gosto (e acho que todo mundo gosta, à sua maneira). E depois porque, (ainda bem) as capitais de que falo aqui são muito, mas muito bem servidas de arte, graças a Deus. E quando eu digo arte, não estou me referindo a algo inalcançável ou para poucos. Nas minhas capitais, a arte está em todo canto, em cada esquina. Nas luminárias típicas das ruas da Liberdade, nos artistas mambembes da praça da Sé ou da XV de novembro e do nos poemas nas janelas dos ônibus porto-alegrenses. Basta um olhar mais atento e sem preconceitos.
Esse conceito de “arte” foi debatido depois da polêmica sobre um estudante da faculdade de Belas Artes (SP) ter pichado a fachada da escola para apresentar seu trabalho de conclusão de curso. Isso é arte ou vandalismo? Quando é “pichação” e quando é grafite? Mas afinal, a arte não deveria ser transgressora? Ou trata-se de um crime ambiental?
Não posso falar por todos, mas por mim (ou seja, esta é a MINHA opinião). Pichação é vandalismo, mas grafite é arte sim, e das melhores. Tanto que já conquistou exposições em galerias de arte (como no Santander Cultural em Porto Alegre, ver abaixo) e até o apoio de multinacionais. Ao mesmo tempo é uma arte que está a céu aberto, democrática e disponível. Saiu inclusive uma matéria na Revista da Folha essa semana falando sobre o assunto – e mostrando os grafiteiros paulistanos arrebentando! São vários os nomes citados; entre eles, Nunca (que também está no Santander) e osgemeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), que estão quebrando tudo com um trabalho na fachada da Tate Modern de Londres, um dos museus mais importantes do mundo.
Esse conceito de “arte” foi debatido depois da polêmica sobre um estudante da faculdade de Belas Artes (SP) ter pichado a fachada da escola para apresentar seu trabalho de conclusão de curso. Isso é arte ou vandalismo? Quando é “pichação” e quando é grafite? Mas afinal, a arte não deveria ser transgressora? Ou trata-se de um crime ambiental?
Não posso falar por todos, mas por mim (ou seja, esta é a MINHA opinião). Pichação é vandalismo, mas grafite é arte sim, e das melhores. Tanto que já conquistou exposições em galerias de arte (como no Santander Cultural em Porto Alegre, ver abaixo) e até o apoio de multinacionais. Ao mesmo tempo é uma arte que está a céu aberto, democrática e disponível. Saiu inclusive uma matéria na Revista da Folha essa semana falando sobre o assunto – e mostrando os grafiteiros paulistanos arrebentando! São vários os nomes citados; entre eles, Nunca (que também está no Santander) e osgemeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), que estão quebrando tudo com um trabalho na fachada da Tate Modern de Londres, um dos museus mais importantes do mundo.
Capa da última Revista da Folha
Uma cidade tão dura como São Paulo tinha de ter suas compensações: é celeiro de grafiteiros maravilhosos. Na mesma matéria da Revista, Cedar Lewisohn, curador da mostra Street Art, definiu o grafite brasileiro como “único”. “No Brasil, mais particularmente em São Paulo, a ‘street art’ é muito forte (...) O que aconteceu em São Paulo (...) fez essa arte sair de si mesma e não ser fechada em apenas um estilo. Esse é um jeito típico do brasileiro que, como faz no futebol, joga por diversão.”
Mas nem todo mundo pensa assim. No dia 03 de julho, uma empresa contratada do programa Cidade Limpa apagou um mural de 680m que coloria a avenida 23 de maio! Eu me lembro desse mural e quantas vezes não voltei estressada do trânsito e parei para apreciá-lo...Lá estavam reunidos trabalhos de Nina Pandolfo (eu simplesmente a adoro, com seus temas delicados e femininos!), osgemeos, Vitché e Herbert Baglione, entre outros. A boa notícia é que a prefeitura se retratou rapidinho e osgemeos (escreve assim mesmo) vão fazer outro painel, que deve ocupar o mesmo espaço.
O grafite tem mais essa vantagem (ou desvantagem, como queira): pintar em cima é uma oportunidade de mudar, fazer o novo. A arte perdida torna-se, na verdade, arte nova que se cria. O espírito transgressor do grafiteiro não se rende. E a cidade assim se reinventa, como de hábito.Agora é com você: quando passar por um grafite, repare nos traços aplicados, nas cores, nas expressões pintadas. E pense em como ele deixa a cidade menos séria e mais bem-humorada!
Onde encontrar grafites em São Paulo:
- Esquina da rua Lavapés com a Justo Azambuja/ Silveira da Mota (Cambuci)
- Ruas que cruzam a Galvão Bueno e a Rua da Glória (Liberdade)
- Esquina da rua Lavapés com a Justo Azambuja/ Silveira da Mota (Cambuci)
- Ruas que cruzam a Galvão Bueno e a Rua da Glória (Liberdade)
- Praça Benedito Calixto (Rua João Moura - com a Cardeal Arcoverde e sob o viaduto Sumaré – Rua Gonçalo Afonso - Beco do Batman). Cardeal Arcoverde com Cristiano Viana. (Pinheiros). Obs. Vale conferir também o mural do Sesc Pinheiros.
- Rio Tietê – Córrego do Tiburtino, próximo à ponte da Freguesia do Ó
- Avenida Paulista – Tùnel que liga as avenidas Paulista e Rebouças.
-Avenida 23 de maio.
(Fonte: Revista da Folha – 827)
* E para quem gosta de tecnologia, a dica é File – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que vai até o dia 31 de agosto na Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1.313). Lá você confere intervenções feitas com “laser tag” (grafite eletrônico) do grupo norte- americano Graffiti Research, de graça. Confira os horários no site: www.file.org.br
Divulgação
Porto Alegre também tem arte de rua
E pra quem está em Porto, é imperdível visitar o Santander Cultural (pelo prédio deslumbrante de estilo neoclássico e pela exposição), para conferir grafiteiros, fanzineiros e afins na Transfer, conida pelo galerista gaúcho Lucas Ribeiro. São nada menos do que 300 obras, produzidas por artistas que – olha a ironia – já foram considerados vândalos. A mostra está dividida em quatro partes: Mauditos (arte underground dos anos 80 e 90); Intervencionistas (fotos e cartazes de rua e sites de arte – imperdível para os skatistas); Beutiful Losers (com 27 artistas estrangeiros) e Street Fine Art. Aqui chegamos nos grafiteiros, como Nunca, Bruno 9Li, Kboco, Titi Freak, entre outros, expostos nas colunas e em painéis distribuídos pelo prédio.
Transfer – Cultura urbana, arte contemporânea, transferências, transformações.
Onde: Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1.028
Centro – Porto Alegre
Quando – até 28/09
Segunda à sexta: 10h00 às 19h00
Sábados, domingos e feriados: das 11h00 às 19h00.
Grátis
Mais informações: http://www.santandercultural.com.br/
E pra quem está em Porto, é imperdível visitar o Santander Cultural (pelo prédio deslumbrante de estilo neoclássico e pela exposição), para conferir grafiteiros, fanzineiros e afins na Transfer, conida pelo galerista gaúcho Lucas Ribeiro. São nada menos do que 300 obras, produzidas por artistas que – olha a ironia – já foram considerados vândalos. A mostra está dividida em quatro partes: Mauditos (arte underground dos anos 80 e 90); Intervencionistas (fotos e cartazes de rua e sites de arte – imperdível para os skatistas); Beutiful Losers (com 27 artistas estrangeiros) e Street Fine Art. Aqui chegamos nos grafiteiros, como Nunca, Bruno 9Li, Kboco, Titi Freak, entre outros, expostos nas colunas e em painéis distribuídos pelo prédio.
Transfer – Cultura urbana, arte contemporânea, transferências, transformações.
Onde: Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1.028
Centro – Porto Alegre
Quando – até 28/09
Segunda à sexta: 10h00 às 19h00
Sábados, domingos e feriados: das 11h00 às 19h00.
Grátis
Mais informações: http://www.santandercultural.com.br/
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