segunda-feira, 7 de julho de 2008

Avenida Paulista, o meu lugar








foto: Rick Manreza

"São Paulo é como o mundo todo. No mundo um grande amor perdi"

(Caetano Veloso)



Adoro essa foto. É uma paisagem urbana, bem sei. O lugar onde se encontra a maior diversidade humana do país: Avenida Paulista. Lembro-me de como (a foto) foi concebida. Eu tinha amigos virtuais muito queridos, graças ao extinto zine Falaê, onde escrevíamos contos e discutíamos sobre a vida. Faltava conversar pessoalmente e marcamos no Opção, um boteco ao lado do Masp com mesinhas ao ar livre. Naquele dia conheci Andrea Del Fuego, escritora talentosa (que recentemente lançou o livro Sociedade Caveria de Cristal).

Sentamos embaixo de uma daquelas àrvores e ficamos amigas de imediato. Logo chega o Rick, de sorriso muito fácil dizendo que acabara de comprar uma máquina DESCARTÁVEL e de tirar uma foto ao descer do metrô Trianon. O Rick já era talentosíssimo e mesmo naquela situação de improviso o resultado foi esse: uma foto cheia de personalidade, que mostra o dinamismo da cidade e da avenida, viva a qualquer hora do dia e da noite.

A mesma avenida por onde gostava de caminha o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu , quando morava em seu apartamento na Haddock Lobbo. A avenida que abriga passeatas, mendigos, ferraris e motoboys, manifestações gays e evangélicas, transações comerciais que fazem girar o Brasil, mas também cinemas, teatros e exposições; lojas caras ou de artigos piratas e todos os bancos do mundo. À noite, os botecos acendem as suas luzes e os executivos afrouxam as gravatas. E as meninas saem caminhando graciosamente com seus saltinhos pelas calçadas em reforma ou pelas ruas que cruzam e oferecem possibilidades sem fim.

A Paulista é a síntese. E melhor viver a cidade em sua plenitude do que trancafiar-se com os filhos nos condomínios, os aquários dourados modernos, para viver pela metade. E não viver.

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