quarta-feira, 25 de junho de 2008

Muito Além do Churrasco - Restaurante Calamares











foto: site do restaurante

Todas as vezes que vou ao Calamares lembro-me de um amigo paulistano que é apaixonado pela culinária portuguesa. Ele, que viaja muito a negócios e já visitou Porto Alegre diversas vezes, confessou-me que sempre opta pelas churrascarias em suas passagens pela cidade.

Lamentei por ele e por todos que não sabem quão divinamente bem dá pra comer, muito além da carne vermelha, na capital gaúcha. Sim, há ótimas churrascarias, mas há também o Koh Pee Pee, simplesmente um dos melhores restaurantes tailandeses do país, só para dar um exemplo. Oportunidade para escrever sobre o assunto certamente não faltará, mas agora vou falar do Calamares, que existe desde 1994, sob a batuta de Lídia Marques e Maria José Cassapo. O restaurante, que recentemente abriu uma filial no Shopping Bourbon Ipiranga faz parte da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança (um verdadeiro certificado de coisa muito boa) e foi eleito como um dos dez melhores pelo júri da Revista Veja Porto Alegre.

O ambiente é intimista e não exatamente sofisticado, mas tem muito charme. Antes da lei que proíbe os cigarros em restaurantes no estado do Rio Grande do Sul, o jardim de inverno era destinado aos fumantes; daí o motivo porque não o conheço. Costumo ficar na outra parte, que mais parece uma sala de estar, cheia de referências lusitanas e marítimas na decoração.

Mas são os pratos, servidos com capricho, ingredientes de qualidade e apresentação impecável que realmente impressionam. Gosto de lugares onde há o mais profundo respeito pelo cliente e por lá toda hora alguém vem saber se está tudo bem. O bacalhau é a grande estrela, mas dá pra encontrar receitas autenticamente portuguesas, como o Leitão à Bairrada, além de uma paellla maravilhosa. Sem contar as sobremesas portuguesas, como o Pastel de Santa Clara – que por lá, é feito de maneira esplendorosa. Para completar, a carta de vinhos é realmente boa, com oferta de nacionais e importados. Ah: o valor cobrado por todas essas maravilhas me pareceu bastante justo.

O restaurante foi escolhido por mim para passar o Dia dos Namorados, quando então fiquei sabendo de um rodízio de camarão (inhame inhame inhame). Dá pra perder? Meu amigo também achou que não– e não se arrependeu de ter feito a troca. Agora ele já sabe: culinária portuguesa é em Porto Alegre!

Calamares

Avenida Mercedez, 58 - Floresta - (51) 3346-8055

Ter. à quinta: 11h30 às 14h00/19h30 às 23h30 - sex e sáb: até oh30

Domingos: 11h30 às 15h00

Shopping Bourbon Ipiranga - Av. Ipiranga, 5.200 - loja 102 - B. Jdim Botânico - (51) 3348-4561

Todos os dias: 11h00 às 23h00

Aceita cartões de crédito.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Retratos de uma metrópole




















Em frente ou à direita. A cidade que não pára.





























SP - Bixiga - Bar. ....


SP - Bixiga - Loja
No Bixiga, acontece a Feira de Antiguidades, todos os domingos. Você encontra qualquer coisa que imaginar por lá...




Liberdade - 03
Já a Liberdade é um capítulo (e um mundo) à parte. ...




Liberdade - 11
O paulistano morre de orgulho desse bairro. E com razão...


Liberdade - 09
Fotos de Luiz Giope

terça-feira, 17 de junho de 2008

Neste país frio melhor não há...




































Foto: Agosto de 2005

Voltei a Porto Alegre. Vôo tranqüilo, céu azul (ou simplesmente o céu de Porto Alegre), sol e frio. Sete graus a menos do que em São Paulo no dia em que eu cheguei, sexta-feira passada. Não fazia tanto frio desde 199... e tra lá lá, ouvi dizer. Também ouvi dizer que os termômetros desceram aos negativos em algumas cidades da serra. E o que eu queria mesmo era estar por lá!

O gaúcho convive com o frio desde pequeno e, por isso mesmo, tem uma sabedoria ao desfrutá-lo como nenhum outro povo brasileiro. A impressão que eu tenho é que eles não vêem a hora da temperatura baixar para pegar um cobertorzinho, fazer um chimarrão e tomar no fim da tarde, dando uma volta pelas praças da cidade. Ou apreciar um bom vinho e chamar os amigos para um churrasco. Aí tanto faz: fora ou dentro do apartamento, na própria cozinha, até mesmo na sala. Sim, porque aqui as churrasqueiras são DENTRO de casa, muitas vezes. E a lareira? Nada deixa uma casa mais com atmosfera de casa. O fogo é bonito e faz companhia, já disse o escritor Rubem Braga. E ao contrário de outros lugares no Brasil, como em São Paulo, lareira não é privilégio dos abonados e sim algo para ser compartilhado.

Enfim, aqui no Sul o frio é uma festa. Seja em Porto Alegre, com seus lugares charmosos (e que ficam mais charmosos ainda nesta época do ano); seja no interior, quando aí as festas são típicas – e deliciosas! É festa da uva, da maçã, do morango, do queijo, do vinho. Pra completar, um pessoal acolhedor e uma ligação cármica com a natureza, de onde saímos e para onde é sempre bom voltar.

Mas por enquanto estou na capital e, agora mesmo, vamos sair para curtir um barzinho alemão, de comidinhas típicas e cerveja escura. É bom estar aqui!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Lugares legais em SP - Chopperia Liberdade





















Uma cena rara: a choperia relativamente vazia. Ambiente totalmente kitsch!



Fico triste quando escuto alguém dizer que detesta São Paulo sem ao menos CONHECÊ-LA um pouquinho mais. A história é sempre a mesma: ou a visita é "de business" (o cara pega a marginal, vai à feira de negócios ou a escritórios e volta pro aeroporto, achando que a cidade resume-se ao congestionamento e ao mau cheiro do rio Tietê); ou é o tipo de visita que eu chamaria “tradicional”: rua 25 de março, shopping-center, quando muito um passeio pela Liberdade. Restaurante da moda, que alguém sem muita imaginação elegeu, às vezes entra no programa.

Estranho constatar que muitos desses turistas não se interessam ou nem ouviram falar dos incríveis museus da maior capital da América Latina. A cidade tem também inúmeras exposições gratuitas, shows, cerca de 80 espetáculos teatrais em cartaz e aproximadamente 300 salas de cinemas. Sim, porque alguns espetáculos só ficam em cartaz em São Paulo, já que infelizmente certos patrocinadores consideram inviável o retorno financeiro em outros lugares. Então se você vem à São Paulo para fazer compras e não desfruta nem de um terço do que a cidade tem a oferecer, me desculpe, mas você está marcando touca. Mesmo. Meu conselho: aventure-se por São Paulo e descubra os seus segredos.

Não tenho a pretensão de “eleger” lugares para turista visitar. Já tem muita gente fazendo isso. Mas posso, sim, falar de programas que fogem do tradicional e onde sinto-me literalmente em casa, não só como paulistana mas também como uma pessoa curiosa e sem deslumbramento. Há diversão para todos os gostos e bolsos, como a Chopperia Liberdade, que traduz São Paulo divinamente. Um lugar que só poderia estar onde está. Quando a gente acha que já viu tudo na cidade, aterrissa na portinhola da Rua da Glória e consegue se surpreender. Mesmo quem é paulistano e já está acostumado com o bairro oriental tem uma surpresa. É um karaokê, e você pode não gostar de karaokê, como eu, mas eu acho que você VAI cantar. Ou ao menos dar boas risadas. E como a procura é grande, é bom colocar o nome na fila logo na entrada.

Luminárias japonesas brigam com gatos da sorte e outras quinquilharias orientais, mesas de sinuca (para quem gosta, imperdível), espelhos e quadros “assombrados” (gente, eles ficam se mexendo) em uma decoração pra lá de poluída e, ao mesmo tempo, deliciosamente alegre. Mais kitsch impossível, só que um kitsch japonês; aliás o lugar (da simpaticíssima Mami, que mais parece um personagem de mangá) está cheio deles, cantando suas canções tipo bolerões. É também um restaurante japonês, pois há um cardápio sortido desta culinária (é possível encontrar melhor comida pelo bairro), mas logo adiante você avista uma grelha onde servem espetinhos de carne e shimeji. Sim, churrasco! Pode? Pode. Para beber, há desde saquê importado até, obviamente, o chopp bem servido.

Houve um tempo, no ano passado, que o lugar virou meio que “point”, saiu na Veja São Paulo e ganhou fama exatamente por seu exotismo. Aí começou a encher bastante de universitários e de uma fauna atípica – mas por outro lado, deixou o lugar ainda mais eclético. Conclusão: hoje a Chopperia é freqüentada por tudo que é gente: mauricinhos, roqueiros, largadões, brasileiros e japoneses de todas as idades – e que adoram cantar.
Obs. Se quiser pegar uma mesa, chegue cedo, porque o lugar costuma lotar rapidinho!




Não vá se: você for do tipo que gosta de sofisticação ou sossego. O ambiente é totalmente informal.

Indico total: para aqueles que quiserem fazer um programa inusitado.


Karaokê Chopperia Liberdade
Rua da Glória, 523 – Liberdade
São Paulo – S.P.
Telefone: (11) 3207-8783
De terça à quinta, das 19h às 5h De sexta e sábado, das 19h às 6h00 Aos domingos, das 19h às 5h00

Ingresso: R$5,00/(R$2,00 por música para quem vai cantar)


Avaliação: legal pra caramba :)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Mais Farol - Lagoa dos Patos























Ai, não resisti! Essas eu peguei do blog do Itacolomi 4x4. Farol Cristóvão Pereira, margem leste da Lagoa dos Patos, (cerca de 60 km do município de Mostardas).

domingo, 8 de junho de 2008

Pelas Ruas Que Andei - Arquivo

Ok, não é assunto da capital, mas nem só de capitais vivemos nós. Tive a oportunidade de conhecer lugares inesquecíveis no estado do Rio Grande do Sul - desde aqueles insistentemente divulgados até cidadezinhas pequenas e muito simpáticas.
Estas fotos são de um passeio que fiz com um grupo de jipeiros gaúchos, o Itacolomi 4x4, de Porto Alegre à Praia do Cassino (dizem que é a maior do mundo em extensão e eu acredito), distribuindo pelo trajeto roupas e "ranchos" (tipo cestas básicas) para famílias carentes. Passamos pelo litoral e pelo Farol Otacílio Pereira, na Lagoa dos Patos , e seguimos por regiões bastante pobres, em que habitavam índios; até chegar em Pelotas, uma das maiores cidades gaúchas - e Rio Grande, a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul, que eu queria conhecer. Pegamos a balsa para Cassino, onde ventava muito. Jantamos em um restaurante simples que eu não lembro o nome, porém com a casquinha de siri mais bem servida que eu já comi na vida. E voltamos dirigindo pela praia! Foi interessante conhecer esse lado do Rio Grande do Sul, que não é muito divulgado pelas empresas de turismo. Mais um pouquinho e a gente ia dar no Uruguai...




















Uma das paisagens pelo caminho




















Pela estrada rumo ao sul




















População local



















Balsa de Rio Grande para São José do Norte


















A volta pela praia. Eu dirigi..hehe

terça-feira, 3 de junho de 2008

Promoção

E para completar, já que estou "inaugurando" o blog, o primeiro post aqui ganha um CD da Macy Gray. Deixa o mail ou algum contato certinho, ok?


P.S. - Pra valer, tem que dar alguma boa idéia para o blog ;)

Show: Herbie Hancock/ Macy Gray - Parque Villa Lobos (SP)

























Frio e muvuca, mas valeu a pena mesmo assim.
Se liga nas capas de chuva. Eu de touca azul, com os amigos do peito. E a pizza esquisita pro final.

Uma semana maldizendo o ar seco (e poluído) e quase esqueci porque amo essa cidade. São Paulo é como aquele namorado (a) que a gente diz que não vai perdoar nunca mais – mas basta ele vir com aquele papo furado e pronto. Porque em São Paulo, meu amigo minha amiga, tem show gratuito de artistas do quilate de Herbie Hancock e Macy Gray. Para uma fã de jazz como eu isso é muita coisa, pode apostar.

Quando fiquei sabendo sobre o show desses dois vencedores do Grammy na casa de shows HSBC Brasil, fiquei deprimida. O valor dos ingressos variava de R$ 100,00 a R$ 400,00 (naquela altura os ingressos mais acessíveis já tinham acabado). Mas logo em seguida veio a boa notícia de que a dupla ia se apresentar gratuitamente no Parque Villa Lobos no domingo, dia 01.

Esse músico criativo, eclético e lindo! (ele tem um sorriso maravilhoso) que já se apresentou com Miles Davis, Dexter Gordon, promoveu fusões do jazz com o funk, com o soul, com o hip hop e até com a música brasileira é o autor da legendária Cantaloup Island (conhecida pelos mais jovens pela regravação de US3), além de outras coisas magníficas. Macy Gray cantora de soul norte-americana, de voz deliciosamente rouca e uma presença de palco incrível, viria em seguida.

Mobilizei um grupo de amigos e assim foi. Nem a chuva, nem o vento gelado, nem a grama barrenta do Villa Lobos me impediram de ver Hancock, de 68 anos, brincar com o teclado, com o seu swingue e o seu vigor. Apesar do clima, foi maravilhoso quando escureceu e Macy entrou de vestido vermelho com as luzes da cidade ao fundo, com suas incríveis backing vocals. Sem brigas, sem confusão, apenas (muuuita) gente cantando junto.

Terminamos na Dona Deôla (para quem não sabe, algumas padarias em São Paulo são um misto de restaurante + cafeteria +lugar para ler e conversar+ supermercado+padaria de fato), comemos uma pizza estranha e eu saí feliz por estar no lugar certo, na hora certa.

Tenho que parabenizar a Telefônica por esse projeto, o Telefônica Open Jazz, que deveria acontecer em outras cidades também. Quem sabe não rola em Porto Alegre? Já imaginou um show desses no Parque Farroupilha?